quarta-feira, 13 de agosto de 2014



Hoje dedicado aos Artistas Unidos em risco de desalojamento:

III

Oh Portugal, Portugal que dormes
Ainda que em correria
A tua cara deitada beira Atlântico
Recebendo junto à boca a espuma
Das águas sujas da ignorância.

Lisboa é um bigode
que insólito cresce desconforme
tapando o sorriso dos lábios
Ao crescer para cima e para os lados
tapando o Sol a quem caminha
ao tornar a face animal
Em correria
passos curvados ao peso das pastas
(malas para a breve viagem onde vão ser,
lá sim) lá vão ser.

O ar sujo faz as minhas lágrimas escorrer
a negro pelo aparo da caneta

Não choro.
Mostro o riso, a rábula, o passo firme.

(in "Ciclo Lusitano", não publicado)


sexta-feira, 1 de agosto de 2014



MONUMENTAL


1985, Lisboa, beira-rio Tejo, eu, e os meus filhos, Frederico António (n. 24/1/1975 – f. 7/8/1999), Catarina Sofia (n. 24/2/1976 - f. 28/9/1996), Marta Luísa (n. 1/3/1980), nos drapeados das vestes de Filipa de Lencastre, mãe da ínclita geração,